terça-feira, 7 de março de 2017

SCENE 1

SCENE 1

Aqui vamos nós outra vez... Como é que é possível que não consiga aguentar uma noite inteira na cama. No fundo estou exausta de tanto procurar. Porquê procurar? Vivemos nesta expectativa da procura de alguma coisa que na verdade nunca vamos encontrar. Será? A única verdade é aquela à qual queremos fugir. E por isso andamos e andamos e andamos e continuamos a andar...  Acabamos por deixar-nos cair naquele buraco negro que engole todos os resquícios dessa verdade monumental. Será inevitável? Caramba, será mesmo? Talvez devêssemos deixar de procurar aquilo que já sabemos que vamos encontrar, ou não? Convencemo-nos de que não, de que vamos atingir a fantasia que alimentamos na nossa cabeça. Procuramos a felicidade, mas porquê procurar algo que temos de ser nós a construir? E se na realidade essa felicidade for exactamente aquilo que não esperamos que seja. E se o cliché de que a nossa vida não vai ser nada daquilo que planeámos está mesmo certo? E se de repente tudo aquilo em que acreditamos, todo o caminho que projetámos até agora forem apenas ilusões? Olhares que pensámos que fossem mudar as nossas vidas e transformá-las naquilo que tínhamos imaginado mas que afinal.... Não... Não chegam, não são, não se revelam. Afinal, para onde foram esses planos? Será que estamos continuamente à procura de algo que já aqui está. Andamos e andamos e andamos. Mas afinal é aqui. Já chegámos. Quando duvidamos de tudo. Quando na dúvida estamos bem, é de certa forma reconfortante. É a nossa zona de conforto. Deixar de procurar e aceitar de uma vez por todas que já chegámos – isso sim é coragem. Bolas. Quando é que sabemos que hoje é o dia? O dia em que nos apercebemos que não temos como fugir ou desejar, temos apenas de estar, de permanecer, de confiar e assentar no imenso poder que é a quietude. Mas talvez isso seja entrar na maré como todos os outros? Ou não, ou não. Ou talvez só precise de uma bica escaldada, de um cigarro e de ver estes corpos quase adormecidos a pairar pelas ruas Lisboetas. Pode ser que seja desta que consiga sentar-me à frente da merda da tela do computador e espalhar letras numa folha em branco. Talvez até façam sentido. Talvez não sejamos feitos para aquilo que tínhamos planeado. Sinto-me apenas dúvida. Será esse o destino final? Tal como aquela nuvem de fumo pela qual quase que mataria agora. Calma, pode ser que chegue lá.  É a coragem para parar de buscar. Que paradoxal. Deve ser esse o caminho.


banksy

copyright is for losers


Laugh now, but one day we'll be in charge

keep it real


a lot of people never use their initiative because no-one told them to


It takes a lot of guts to stand up anonymously in a western democracy and call for things no-one belives in - like peace and justice and freedom


there are no exceptions to the rule that everyone thinks they're an exception to the rules


have a nice day


please take your litter home




sohn, london 2004

love poem


beyond watching eyes

with sweet and tender kisses

our souls reached out to each other

in breathless wonder


and when i awoke

from a vast and smiling peace

i found you bathed in morning light

quietly studying

all the messages on my phone
when the time comes to leave, just walk away quietly and don't make any fuss


the key to making great art is all in the composition


what are you looking at?

sometimes i feel so sick at the state of the world i can't even finish my second apple pie


can't beat the feelin'


you told that joke twice

nosferatu

wait, young man. you can't escape destiny by running away.